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REJEIÇÃO E DOR SOCIAL

REJEIÇÃO E DOR SOCIAL

Saudações,
Você de certo já utilizou ou já ouviu pessoas utilizando termos físicos para descrever situações emocionais como, por exemplo, ele me deu uma facada nas costas ou ela partiu meu coração.

Estas expressões eram apenas metáforas até que pesquisas na Universidade da Califórnia trouxeram dados para um novo entendimento.

A partir de pesquisas sobre a mágoa e a busca do entendimento do porque das rejeições passadas continuarem afetando tantas pessoas, foi descoberto que uma região do cérebro chamada DACC (da sigla inglesa para córtex cingulado anterior dorsal) tinha um surto de atividade toda vez que as pessoas testadas sentiam a sensação de rejeição a partir de vivenciarem as situações produzidas pelos testes para este fim.

Esta área do cérebro está ligada à dor e determina o quanto de incômodo acontece a partir desta dor. A resposta do DACC pode variar conforme o contexto, bater com a cabeça no escritório pode doer mais do que a mesma batida em um jogo de futebol.

O estudo foi publicado na respeitada revista científica Science Magazine onde ficou provado que quanto mais você sofre por conta da dor, mais o DACC se ativa. Aqueles que informaram sentirem-se piores com a rejeição foram exatamente aqueles que tinham o DACC mais ativado.

Outros testes foram feitos e comprovado foi que a rejeição social provoca a ínsula anterior, outra parte da rede da dor que reage ao nosso sofrimento quando, por exemplo, cortamos um dedo ou quebramos um osso. O resultado sugere que nossa angústia após um insulto, uma rejeição, é igual à resposta emocional após um ferimento, 

Um teste definitivo foi feito na Universidade de Michigan, onde 40 pessoas que haviam sofrido separação nos últimos 6 meses foram testadas da seguinte forma: tinham que olhar o retrato do seu ex e pensarem nos detalhes da separação. Através da ressonância magnética, verificou-se que durante este período o DACC e a ínsula anterior, entraram em grande atividade assim como, quando as pessoas, posteriormente, foram submetidas à um jato de calor doloroso no braço. Em ambas as situações a atividade no cérebro foi a mesma.

Na Universidade de Kentucky, a partir destes experimentos, pensou-se que assim como a dor corporal e o sofrimento emocional estão ligados, poderia ser possível a partir do alívio da dor, aliviar o sofrimento emocional.

Foi dado a 60 pessoas dois comprimidos de paracetamol por dia durante três semanas e a outros, placebo. As pessoas que tomaram paracetamol tiveram mais tolerância não só as dores que sentiam, mas também, aos sentimentos de rejeição que viveram, a partir da observação das atividades do DACC e ínsula anterior do que as pessoas que tomaram placebo.

Daí que podemos entender que realmente após uma traição, dizer sobre uma punhalada nas costas faz sentido bem como, sentir seu coração literalmente se quebrar após uma separação.
Só para registro e curiosa informação.
Fecha o pano.