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PSICOSE E TRANSE MÍSTICO

PSICOSE E TRANSE MÍSTICO

Saudações,

Os dois termos do título da mensagem tem algo em comum a medida que tanto as psicoses quanto as experiências místicas podem ser ambas consideradas estados alterados de consciência.

Num consultório podemos tanto ouvir pessoas que narram episódios psicóticos, outras que narram experiências místicas com características psicóticas ou desordens psicóticas com características místicas.

São ambos diferentes modos de percepção de uma realidade dita normal, construída por consenso a partir de certas crenças e paradigmas.
Em nossa sociedade ocidental e empírica, o que não pode ser provado e reconstruído por experimentação não é considerado verdade, não existe, não é real.

Tanto a psicose quanto a experiência mística são ambas experiências subjetivas nas quais os indivíduos através do relaxamento do processo de filtragem de informação, tem acesso a novas ou a velhas experiências não assimiladas.

indivíduo tem uma boa saúde mental, ele pode lidar com experiências místicas integrando-as em sua alma e, consequentemente, em sua vida.
Desenvolvendo uma atitude positiva em relação a todo o processo, ele é capaz de aprender com as experiências, ganhando importantes insights e usando este processo para promover o seu crescimento pessoal.

O que difere a experiência mística do estado psicótico, é que no primeiro, não há desorganização conceitual e nós podemos observar um bom funcionamento antes do episódio, o que significa que o indivíduo estava em bom contato com a realidade.
Como em qualquer estado alterado de consciência, o indivíduo tem acesso a  conhecimentos além do domínio racional, advindos do hemisfério direito do cérebro, que é sensitivo, intuitivo e integrativo. Esses novos e súbitos insights podem até parecer estranhos, loucos ou mesmos opostos ao conhecimento intelectual e científicos mas são na verdade, normalidades dentro deste contexto.

O estado de hierofania como ensina mestre Mircea Eliade. Diferente o estado psicótico, que é uma patologia, onde ocorre um desarranjo perceptivo da realidade, um sofrimento a posteriori e principalmente, uma cisão psíquica, fazendo com que o indivíduo se torne dividido como é o caso das esquizofrenias.

Enfim, embora tenham suas semelhanças, ambas tem naturezas diferentes e  principalmente, produzem vivências com consequencias totalmente díspares.

Respeitemos ambas as situações, ainda mais, que já faz tempo que no CID – Código Internacional de Doenças, a Medicina já definiu no item F.44.3, o estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença. Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença. 

Só para registro e informação.
Fecha o pano.