Conteúdo de Interesse de Corações e Mentes


ELAS NÃO NASCERAM DE NOSSAS COSTELAS

ELAS NÃO NASCERAM DE NOSSAS COSTELAS

Saudações,

Estive lendo os boletins estatísticos da Secretária de Proteção da Mulher do Governo Federal e fiquei assustado. Sim, a esta altura da vida me assustei com algo humano; o número absurdo da violência contra a mulher que eu particularmente não tinha noção de qual tamanho seria.

O número do disque-denúncia registrou em território brasileiro no ano de 2014, 485 mil ligações. Sim, 485 mil! Ou seja, mais de 40 mil por mês, cerca de 1.300 por dia.

Isto, ligações de denúncia, que demonstra parte da violência, pois ainda existem as caladas vozes submissas e sofredoras que em todos os cantos do país, neste momento talvez estejam mais uma vez servindo de objeto para projeção de formas das mais hediondas de tratamento oferecidas por parentes, maridos, patrões, namorados, desconhecidos, fora os ditos “amigos”, como o estupro, a agressão física, agressão verbal, humilhações das mais diversas.

A mulher, símbolo da sacralidade que foi nos primórdios da humanidade sofre sob o jugo do poder do homem, o poder cultural, como dizia saudosa Rose Marie Muraro, que suplantou o poder biológico da mulher, dentro de um sistema social machista e voltado para dar asas a uma pretensa superioridade masculina em vários setores da sociedade.

Sim, a terra que dá os frutos é Geia, assim como é do corpo da mulher que nascem novos seres, assim como feminino eram todos os mitos da criação até serem suplantados pelo monoteísmo masculino e o mito do homem Adão... não Adão, elas não nascem de nossas costelas, nós que nascemos de seus úteros... simples assim.

Respeitemo-las, pois é bom e elas gostam e merecem por tudo que são e foram, independente dos contextos históricos e geográficos.

Só para registro e celebração do dia da Mulher.

Fecha o pano.