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DA REATIVIDADE AO AMOR

DA REATIVIDADE AO AMOR

Saudações,

A única recompensa que se recebe após sofrer é o amadurecimento. Quanto mais sofrimento, maior transformação, mais percepção de si mesmo e, no caso das vivências afetivas, também a percepção do outro.

Existe sim o intolerável, o que deve ser descartado por conter conteúdo que nada mais é do que egocentrismo exacerbado e preocupação exclusiva consigo mesmo e seus projetos, sem respeitar os desejos do outro. Mas existe também, o que por algum motivo íntimo, não nos damos conta e perdemos o rumo de caminhos que vão sendo construídos paulatinamente, mas tão frágeis que são por conta da não percepção de cada um de si e do outro, que a qualquer momento se rompem.

Nestas horas de rompimento, devemos em um momento posterior, com serenidade refletir sobre a sensação de estar ofendido, ressentido, magoado e se tudo isto partiu realmente de ações do outro, ou na verdade da falta de percepção de si mesmo e do que carrega na alma.

Quantas vezes discussões se pautam não nos fatos em si, que por vezes demonstram realmente que o melhor caminho é o afastamento do outro, mas sim, partem do resgate de memórias guardadas, muitas vezes, de ambos os lados e que se misturam no presente.

Muitas vezes quando estamos ressentidos, estamos apenas com uma visão parcial de nós mesmos... a pior, a visão das nossas sombras. Não somos machucados nem ofendidos pelo outro, mas sim, tomados por conteúdos que vão pela nossa alma.

O ressentido neste caso, ou implode com tanta raiva guardada, fantasmas à espreita, mágoas e traumas passados ou explode de forma reativa em provocações, ironias, agressões veladas ou não. Isso configura arrogância, evidenciando que o indivíduo continua padecendo da precária percepção de si.

Ao contrário, o perceptivo de si mesmo ganha além disso, a empatia com o outro e, em paz, exerce a compaixão para com suas próprias limitações e para com as limitações do outro também.

E nesta hora todos sofrem, e nesta hora todos aprendem. Cada um em seu tempo.

Daí nasce o ser amoroso. Aquele que serenamente comenta, sugere, critica, elogia, adverte, mas com uma riquíssima diferença... com o amor (não narcísico) que adquiriu por sí próprio, agora exercido em relação ao outro. Amor que, para ser amor, precisou que ele integrasse, aceitasse suas próprias sombras e descobrisse sua própria luz. 

Iluminemo-nos.

Fecha o pano.